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Notícias | Política

22/03/2021 - 13:01 | Atualizada em 22/03/2021 - 18:24

Especialistas em economia defendem medidas mais rígidas para superar pandemia

Conforme os estudos mais recentes da comunidade internacional, o distanciamento social pode reduzir de 29% a 64% a taxa de transmissão do vírus

Giro Conti

 

Da Redação

Mais de 300 especialistas da área econômica do país divulgaram carta aberta, neste domingo (21), na qual defendem distanciamento social mais rígido para superar a pandemia com maior eficácia e, assim, retomar o crescimento econômico e a geração de empregos.
 
O documento foi assinado por nomes como os ex-ministros da Fazenda Pedro Malan, Maílson da Nóbrega, Marcílio Marques Moreira e Ruben Ricupero, e os ex-presidentes do Banco Central Armínio Fraga, Affonso Celso Pastore, Gustavo Loyola, Ilan Goldfajn e Pérsio Arida, além de vários economistas de renome no cenário nacional e internacional.
 
Os dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT) mostram que ainda há forte resistência da adesão ao distanciamento social em Mato Grosso. No último final de semana, apenas 36,87% da população aderiram ao isolamento, sendo o 2º pior estado do ranking.
 
Conforme os estudos mais recentes da comunidade internacional, o distanciamento social pode reduzir de 29% a 64% a taxa de transmissão do vírus.
 
Para o grupo de economistas, o Brasil é o epicentro mundial de contágio da covid-19, se aproximando da marca de 3 mil mortes por dia e 300 mil mortes totais pela doença, somado à falta de vacinas suficientes, profissionais médicos, leitos de UTI, insumos e o aumento da letalidade das novas variantes do vírus. O grupo afirma que só existem três soluções, que precisam ser usadas em conjunto: vacinação em massa, distanciamento social e uso de máscaras.
 
“A melhor combinação é aquela que maximize os benefícios em termos de redução da transmissão do vírus e minimize seus efeitos econômicos, e depende das características da geografia e da economia de cada região ou cidade. Isso sugere que as decisões quanto a essas medidas devem ser de responsabilidade das autoridades locais”, diz trecho da carta.
 
De acordo com o grupo, com o agravamento da pandemia e o esgotamento dos recursos de Saúde, muitos estados não possuem outra alternativa “senão adotar medidas mais drásticas, como fechamento de todas as atividades não essenciais e o toque de recolher à noite”.
 
Medidas fundamentais
 
Os especialistas defendem que é importante a implementação de auxílio financeiro aos mais vulneráveis para aumentar a adesão ao distanciamento, bem como apoio a pequenas e médias empresas.
 
Nesse ponto, o Governo de Mato Grosso – em parceria com a Assembleia Legislativa – criou o SER Família Emergencial, que dará suporte a mais de 100 mil famílias para a compra de alimentos, além da distribuição massiva de cestas básicas.
 
Também foram prorrogados impostos e estão sendo concedidas linhas de créditos para MEI, micro, pequenas empresas, e setores de bares, restaurantes e eventos. Pagamentos de IPVA e licenciamento foram igualmente prorrogados.
 
“Há sólida evidência de que programas de amparo socioeconômico durante a pandemia aumentaram o respeito às regras de isolamento social dos beneficiários. É, portanto, não só mais justo como mais eficiente focalizar a assistência nas populações de baixa renda, que são mais expostas nas suas atividades de trabalho e mais vulneráveis financeiramente”, afirmam.
 
O grupo de especialistas também considera que não é verdadeiro o dilema de “salvar a economia x salvar vidas”. Eles lembraram que mesmo os países que inicialmente evitaram o lockdown, tiveram que adotar a medida depois em razão do agravamento da pandemia.
 
"A recuperação econômica, por sua vez, é lenta e depende da retomada de confiança e maior previsibilidade da situação de saúde no país. Logo, não é razoável esperar a recuperação da atividade econômica em uma epidemia descontrolada", ressaltam.

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