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11/01/2021 - 13:48 | Atualizada em 11/01/2021 - 16:10

Captação líquida da poupança bate recorde em 2020 e soma R$ 166,310 bi

Apenas em dezembro, depósitos superaram saques em R$ 20,6 bi.

Agência Brasil

Captação líquida da poupança bate recorde em 2020 e soma R$ 166,310 bi

Foto: Reprodução

 

A caderneta de poupança registrou a entrada liquída superior a  R$ 166 bilhões em 2020, esse é o maior valor já registrado na história pelo Banco Central, que começou a contabilizar os depósitos na poupança em 1995. 

O resultado foi fruto de aportes de R$ 3,132 trilhões na poupança durante ao ano passado, menos saques de R$ 2,965 trilhões. Como a rentabilidade da caderneta somou R$ 23,853 bilhões no período, os brasileiros encerraram 2020 com volume total de R$ 1,036 trilhão na poupança.

Esta procura maior pela caderneta está diretamente ligada aos efeitos da pandemia do novo coronavírus sobre a economia. Preocupadas com a renda futura e com medo do desemprego, muitas famílias reduziram gastos e passaram a aplicar recursos na poupança, o que elevou o saldo. Este movimento foi o que o próprio BC chamou de “poupança precaucional”.

Em 2020 a poupança só registrou resultado negativo, ou seja, saque superiores aos depósitos, em janeiro e fevereiro, meses que antecederam a pandemia. Os números positivos da caderneta de poupança foram impulsionados principalmente pelo pagamento do auxílio emergêncial do governo federal.

Um terceiro fator para a alta dos depósitos na poupança em 2020 está ligado à rentabilidade. Com a Selic – a taxa básica de juros, atualmente em 2,00% ao ano – nos menores níveis da história, surgiu durante a pandemia um movimento de saída de recursos dos fundos de renda fixa. Alguns analistas identificaram a poupança como novo destino de parte do dinheiro, em um movimento que também foi citado pelo BC.

O resultado foi que, após registrar saques líquidos em janeiro e março, a poupança recebeu depósitos líquidos de março a dezembro do ano passado. Somente em dezembro, os aportes líquidos na caderneta somaram R$ 20,602 bilhões. A cifra foi gerada por depósitos de R$ 339,897 bilhões e saques de R$ 319,295 bilhões.

Com o fim de boa parte dos programas emergenciais em dezembro, incluindo o auxílio emergencial, este deixará de ser um fator para a captação maior da poupança neste início de 2021.

Além disso, existe a expectativa de que o BC, na esteira da aceleração da inflação, eleve a Selic em algum momento do ano – o que, em tese, permitiria que alguns fundos de renda fixa voltassem a ser um pouco mais atrativos.

A poupança, por sua vez, é remunerada atualmente pela taxa referencial (TR), que está em zero, mais 70% da Selic. Na prática, a remuneração atual da poupança é de 1,4% ao ano. O porcentual não cobre necessariamente a inflação.

Esta regra de remuneração da poupança vale sempre que a Selic estiver abaixo dos 8,50% ao ano. Quando estiver acima disso, a poupança é atualizada pela TR mais uma taxa fixa de 0,5% ao mês (6,17% ao ano). 

Rendimento

Com rendimento de 70% da Taxa Selic (juros básicos da economia), a poupança atraiu mais recursos mesmo com os juros básicos nos menores níveis da história e com a aplicação perdendo para a inflação.

Com as recentes reduções na taxa Selic e o repique no valor de diversos alimentos, o investimento passou a render menos que os índices de preços.

Em 2020, a aplicação rendeu 2,11%, segundo o Banco Central.

No mesmo período, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor-15, que funciona como prévia da inflação oficial, atingiu 4,23%.

O IPCA cheio de 2020 será divulgado na próxima terça-feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Para 2021, o boletim Focus, pesquisa com instituições financeiras divulgada pelo Banco Central, prevê inflação oficial de 3,32% pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo.

Com a atual fórmula, a poupança renderá apenas 1,4% nos próximos 12 meses, caso a Selic de 2% ao ano fique em vigor ao longo de todo o ano.

Histórico

Até 2014, os brasileiros depositaram mais do que retiraram da poupança.

Naquele ano, as captações líquidas chegaram a R$ 24 bilhões.

Com o início da recessão econômica, em 2015, os investidores passaram a retirar dinheiro da caderneta para cobrir dívidas, em um cenário de queda da renda e de aumento de desemprego.

Em 2015, R$ 53,57 bilhões foram sacados da poupança, a maior retirada líquida da história.

Em 2016, os saques superaram os depósitos em R$ 40,7 bilhões.

A tendência inverteu-se em 2017, quando as captações excederam as retiradas em R$ 17,12 bilhões, e em 2018, com captação líquida de R$ 38,26 bilhões.

Em 2019, a poupança registrou captação líquida de R$ 13,23 bilhões.

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