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21/09/2021 - 16:03

Professor faz greve de fome contra fechamento de escola

Da Redação

O diretor da Escola Estadual Licínio Monteiro, em Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá, declarou greve de fome nesta terça-feira (21), como forma de manifestação contra o fechamento da unidade de ensino. José Cícero da Mota, de 42 anos, afirmou que só encerrará o 'jejum' após o governo tomar uma decisão sobre o rumo da escola.

"Tomei essa decisão de forma individual para demonstrar o meu descontentamento com o processo de redimensionamento da forma como foi conduzido", pontuou.

Atualmente, o local atende jovens e adultos do ensino fundamental e médio. Neste ano, o governo, em parceria com a prefeitura, incluiu a unidade no processo de municipalização para atender apenas alunos do 1° ao 5° ano. No entanto, os profissionais de educação afirmam que foram pegos de surpresa com a decisão.

Esse método agrega estudantes com mais de 2 anos de atraso escolar e que já não são matriculados nas turmas regulares. Além disso, também tinha turma específica para estrangeiros, principalmente de venezuelanos e haitianos.

A escola é referência no Ensino de Jovens e Adultos (EJA) pela qualidade e também por estar em área central. Muitos dos estudantes já saíam do trabalho na região e seguiam para a escola.

Com a municipalização da escola, agora ela irá atender apenas ensino fundamental. Até o 5° ano. Os jovens e adultos serão remanejados para unidades de bairro, que nem sempre formam turmas para esse público. O que pode dificultar o acesso à educação para essas pessoas.

Os professores também serão remanejados para outras unidades escolares.

“Meu protesto é individual. Logo essa placa com o nome da Licínio Monteiro da Silva vai sair dali e vão colocar o nome de outra. É uma parte da história de Várzea Grande que está sendo apagada”, desabafa.

A decisão do fechamento ainda não foi informada oficialmente à comunidade escolar. Uma reunião está marcada para a manhã de quinta-feira (23). Porém, o Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep) e estudantes já realizaram passeata contra a mudança.

O secretário de Estado de Educação, Alan Porto, foi convocado a dar explicações na Assembleia Legislativa (ALMT), mas encaminhou representantes para justificar o fechamento da Licínio Monteiro e outras 3 escolas.

A unidade está prestes a completar 5 décadas de funcionamento, tem 17 salas de aula, 1638 alunos e 106 funcionários.


Com informações do portal Gazeta Digital
 
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