Que tá mais caro o produtor já percebeu há alguns meses, a questão agora é: sera que o produto vai ser entregue na fazenda a tempo para as safras. O cenario é de incertezas para o caso de fertilizantes. O reporter Edy Santiago conversou com quem precisa comprar insumos e com um especialistas que analisa as melhores alternativas para esse momento... Vamos acompanhar na reportagem.
Quem precisa fazer a compra de insumos para as próximas safras enfrenta problemas desde o ano passado. As dificuldades para a aquisição de fertilizantes começaram quando Belarus, importante fornecedor de potássio, passou a sofrer sanções por violar os direitos humanos de migrantes. É o que diz o Gerente Comercial do Grupo Natter, Rafael Simionato, que é responsável pela compra de insumos para o plantio de 25 mil hectares de soja e 13 mil hectares de milho em mato grosso.
"Ali o mercado já começou a desandar, os preços já começaram a subir, juntou isso a China parando suas fábricas, querendo diminuir a sua produção (...) e nisso o mercado virou de ponta cabeça. Produto que custava R$ 300 dólares passou a custar R$ 900 (...) Estamos vivendo a pior relação de trocas dos últimos tempos", relata Rafael.
O gerente comercial relata que não sabe o que é verdade ou mentira nesse cenário, por isso tenta se informar ao máximo com fontes e nos portos, para não fechar maus negócios.
"O que a gente sabe é que tem fertilizante no Porto (...) Hoje se quizer comprar, tem a pronta entrega (...) e é esse jogo que está sendo jogado hoje. Nenhum empresa está se comprometendo entregar fertilizante em 2023 que era uma prática comum", explica.
Rafael conta que comprou os fertilizantes para a próxima safra da Natter no dia em que a Rússia começou a invasão na Ucrânia e a empresa vai gastar quase 3 vezes mais do que na safra passada.
"Eu dei o volume de soja, dei o volume de fertilizante que eu precisava e falei assim ó: "é isso aqui ou não é nada!" e uma empresa chegou. A minha conta ficou 15 sacos por hectare, soja e milho (...) Ano passado a minha conta deu 5 e meio", finalizou.
Para o economista e diretor da empresa Creditares, Daniel Latorraca, os produtores estão buscando negociar e até fazer o barter – que é a troca de insumos pelos grãos – mas a grande duvida é se este produto vai chegar nas propriedades nos prazos que são necessários. Quem pagar a vista pelo produto, poderá ter vantagens, explica Daniel.
"É a safra 22/23 ela está com muitos desafios, mas eu destacaria que são desafios ou pouco diferentes do que ocorreram num passado recente. A gente tem um cenário de escassez, incerteza das entregas de alguns produtos (...) Acredito que o produtor que ainda não fez suas compras precisa não só fazer contas, mas também pensar nessas situações extremas que temos vivido", explicou Daniel.
No cenário atual, o economista Daniel Latorraca analisa que os preços de soja e milho devem continuar subindo, uma vez os estoques, principalmente de soja serão afetados e a demanda por grãos continuará alta.
"(...) com a atual situação é natural que os preços disparem, então obviamente que está chegando uma safra americana, começando a plantar e deve ser voltada pra milho (...) Tanto pra soja quanto pra milho a gente não tem um cenário a curto prazo desses preços diminuirem.
O Programa O programa Bom dia Agro vai ser o seu companheiro no começo das manhãs. De segunda a sexta, das 5h às 6h da manhã, Dejane Arnhold e Sérgio Ferreira, trazem as informações sobre o que acontece no campo de um jeito leve, com linguagem clara, conteúdo de credibilidade e muita música boa.
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