A guerra causada pela Rússia com a invasão do território ucrâniano está agravando ainda mais a oferta de insumos agrícolas para os países produtores. A baixa oferta dos insumos começou com a pandemia, quando as indústrias foram forçadas a reduzir ou até parar as suas atividades. Agora nesse novo cenário de guerra, os produtores precisam se preparar para uma possível falta de insumos, é o que nos conta o repórter Edy Santiago.
Diante da guerra entre a Rússia e Ucrânia, um cenário de possível escassez de fertilizantes para o mundo começou a ser desenhado. Os produtos fabricados na Rússia são fundamentais para a produção agrícola mato-grossense e com possível falha na distribuição, a produção de grãos do Estado, pode estar comprometida. O professor Elmar Luiz Floss, diretor do Instituto de Ciências Agronômicas, de Passo Fundo, no Rio Grande do Sul relata que não tem como produzir alimentos sem os fertilizantes e que o primeiro passo para resolver a situação é avaliar o solo.
"Fazer uma análise de solo, vê a situação e aplicar realmente aquilo que é necessário", disse ele.
Na avaliação do professor Elmar Floss a alta no custo dos fertilizantes e a possível escassez na oferta vai contribuir para que cada vez mais o produtor faça o uso racional do fertilizante.
"O diagnóstico cada produtor tem que fazer. Fazer uma análise por completo e olhar a situação. Não tem porque aplicar fertlizante caro em áreas que não precisa, porque o teor é muito alto, e deixar de aplicar a quantidade ideal naquelas glebas, naquelas áreas em que o teor ainda é baixo. O certo é que não dá pra produzir sem fertilizante, isso não dá pra produzir, porque não há semente milagrosa se não tiver nutrientes (...)", explica Osmar.
O professor Elmar Floss ainda explica que o plantio de coberturas nos intervalos de uma safra e outra pode resolver o problema da falta de fertilizantes.
"(...) a braquiária principalmente, por exemplo, ela puxa potássio do lado de baixo, porque nós temos uma mina de potássio no nosso subsolo, na maioria dos solos brasileiros, só que está indisponível, então as raízes das culturas, a raiz da soja, do milho, algodão, não alcança, agora quando coloca uma cultura dessa traz pra cima (...) estou fazendo uma fertilização na minha própria lavoura", exemplifica Floss.
Elmar Floss diz ainda que as lavouras brasileiras tem um potencial genético muito bom e que os fertilizantes são fundamentais para a produtividade.
"Onde há a possibilidade de usar adubos orgânicos, onde tiver estercos, onde tiver a possibilidade de cama de aviários evidentemente esse é um momento que nós temos que usar, mas de novo: é preciso fazer análise desse adubo porque eles tem concentrações muito diferente de nutrientes", alerta o professor.
Diante do atual cenário, o presidente da Associação que representa os produtores de soja e milho de Mato Grosso, Fernando Cadore, pede cautela e orienta os agricultores a não entrar em especulações, aproveitando também as reservas de nutrientes que já estão nas lavouras.
"Tentar produzir com menos fertilizantes e principalmente ter cautela, aguardar os desdobramentos pra não entrar em movimentos de oportunismo no mercado financeiro", alertou Cadore.
O Programa O programa Bom dia Agro vai ser o seu companheiro no começo das manhãs. De segunda a sexta, das 5h às 6h da manhã, Dejane Arnhold e Sérgio Ferreira, trazem as informações sobre o que acontece no campo de um jeito leve, com linguagem clara, conteúdo de credibilidade e muita música boa.
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