Peixe BR, entidade que representa os psicultores no Brasil divulgou dados sobre a produção em 2021. No último ano, a produção de peixes cresceu 5% no Brasil, resultando em quase 850 mil toneladas. A pesar desse aumento nacional, Mato Grosso vem reduzindo o volume de produção nos últimos anos. O repórter, Edy Santiago, ouviu representantes do segmento para entender os motivos para que MT siga na contramão do que está acontecendo em outras regiões do Brasil.
A produção brasileira de peixes teve crescimento de 5% em 2021, totalizando 841 mil toneladas da proteína. O levantamento foi feito pela Associação Brasileira da Piscicultura - Peixe BR, entidade que representa o segmento. O presidente da associação Peixe BR, Francisco Medeiros, comenta que esse resultado é fruto de investimento em novos projetos.
"No ano de 2021 foram investidos aproximandamente rR$ 250 milhões em novos projetos, principalmente na região do Paraná, São Paulo, MS, MG. Tivemos investimentos na região nordeste, ou seja, os investimentos foram significativos, mas algumas regiões também reduziram os investimentos como Ro, Mato Grosso, que são tradicionais na produção de peixes nativos. Esse próximo ano a gente acredita que vai continuar os investimentos, principalmente na area de industria", explicou o presidente.
Francisco Medeiros afirma que a produção da piscicultura vai subir dois dígitos este ano e não deve parar.
"No mundo mais de 50% de toda proteína animal produzida no mundo é de pescado. Aqui no Brasil é que nós temos uma inversão, é carne bovina, suína e aves que são maior (...) Acreditamos que o peixe de cultivo.vai ter uma participação muito maior no prato do brasileiro", afirmou Francisco.
Na contramão disso, em dois anos Mato Grosso reduziu a produção de peixes em quase 14%. O presidente da Associação que representa os produtores de peixe do Estado, Igor César Davoglio, explica os motivos.
"Isso se deve a três fatores. O primeiro, a crise hídrica que vivemos em MT, com a maior seca dos ultimos tempos (...). O segundo fator é a falta de união na cadeia do peixe (...). E a terceira, e mais lamentável ainda, é a grande dificuldade que nós encontramos pra legalização das propriedades rurais junto a secretaria de Meio Ambiente", relatou.
O presidente da Aquamat, Igor Davoglio, ainda associa a queda com a alta no custo de produção.
"(...) tivemos mais de 100% de aumento na ração e o peixe não teve, a gente não consegue jogar esse valor no consumidor final (...) A psicultura está passando por um momento muito crítico", explicou Igor.
Igor Davoglio conta que apesar da queda de 6 mil toneladas na produção mato-grossense, que corresponde a 12%, a produção deve subir 5% no Estado.
"2022 eu acredito que a gente vai voltar a melhorar a produção de 4% a 5% (...) mas a gente já preve uma melhora na produção deste ano", finalizou.
Outro lado
A assessoria de imprensa da Sema enviou nota, após a finalização do programa Bom dia Agro:
Segundo a Sema, muitas pisciculturas se encontram em Área de Preservação Permanente. Em APP, a legislação estabelece de procedimentos mínimos para o licenciamento e o empreendedor precisa atender algumas demandas como vazão mínima, CAR Validado e outorga de uso da água. Em caso de empreendimentos fora de área sensível , a Sema expede o licenciamento de forma rápida, em média 60 dias.
A Sema criou ainda normas e procedimentos para o empreendedor protocolizar o requerimento de classificação das barragens, como forma de atender a Politica Nacional de Barragem. Por ser um procedimento novo, criado em 2020, pode gerar algumas dificuldades. Parte dos processos estão aguardando pendências e informações por parte do responsável técnico.
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