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21/02/2022 - 10:27 | Atualizada em 21/02/2022 - 10:51

'Meu cliente foi absolvido há 11 anos; isso deve acontecer hoje'

O empresário Josino Guimarães enfrenta o tribunal do júri pela morte do juiz, ocorrida em 1999

Giro Conti

'Meu cliente foi absolvido há 11 anos; isso deve acontecer hoje'

Foto: João Vieira/GazetaDigital

Do Giro Conti

Começou, na manhã desta segunda-feira (21), o julgamento do empresário Josino Pereira Guimarães, pela segunda vez, sob acusação de ter sido o mandante do assassinato do juiz Leopoldino Marques do Amaral, em Concepción, no Paraguai, em 1999.

A previsão é que o julgamento dure três dias. Em razão da pandemia da Covid-19, o acesso ao plenário será restrito ao juiz, aos jurados, às partes e aos servidores que vão trabalhar no julgamento.


O advogado João Cunha, que faz a defesa do empresário Josino Guimarães, afirmou estar confiante de que o tribunal do júri vai declarar a inocência de seu cliente.

“Trabalharemos bastante no plenário com convicção, calma e tranquilidade. Meu cliente já saiu daqui absolvido há 11 anos, e a gente espera que isso aconteça hoje. Não só por não haver provas, mas porque ele não fez”, disse o advogado.


Esta é a segunda vez que o empresário é julgado. Em novembro de 2011, O primeiro júri, que durou três dias, absolveu Josino do crime. A maioria dos jurados reconheceu que Josino foi o mandante do crime. No entanto, o júri decidiu que ele não deveria ser condenado. No entanto, a 4ª Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), em Brasília, anulou a decisão e determinou um novo julgamento em 2014.

João Cunha
O advogado João Cunha, que faz a defesa do empresário / Foto: João Vieira - GD

O crime
Segundo a Polícia Federal, o corpo do juiz Leopoldino Marques do Amaral foi encontrado morto numa vala ao lado de uma estrada de terra que liga as cidades de Loreto e Concepción, no dia 7 de setembro de 1999.

Ele foi assassinado com dois tiros na cabeça e havia sido visto com vida pela última vez dois dias antes, em um hotel em Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá.


Leopoldino Marques Do Amaral | Tudo Sobre | Migalhas
Reprodução
O magistrado havia denunciado, naquele mesmo ano, um esquema de venda de sentenças envolvendo desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT). As denúncias foram encaminhadas também à CPI do Judiciário, do Senado Federal, em julho de 1999.

Além da venda de sentenças, entre as denúncias de Leopoldino feitas aos senadores estavam as práticas de contratação de funcionárias mediante favores sexuais, nepotismo, tráfico de influência, e aposentadoria irregular de parentes dos desembargadores do TJMT.

O Ministério Público Federal (MPF) acusa o empresário de ser um dos lobistas dessa suposta venda de sentenças, e de ter mandado matar o magistrado em retaliação por ele ter delatado o esquema.

O empresário foi denunciado pelo Ministério Público Federal por homicídio qualificado em 2000.

Em 2001, a ex-escrevente do Tribunal de Justiça (TJ-MT), Beatriz Árias, foi condenada pela Justiça a 12 anos por coautoria do crime. Já o tio dela, Marcos Peralta, foi condenado como o autor dos disparos, mas ele morreu na cadeia.
 (Do g1MT)

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