Por Mayara Campos
O senador Wellington Fagundes (PL) é autor do Projeto de Lei nº 1343/2021 que autoriza a fabricação de vacinas contra a covid-19 em indústrias de saúde animal. O PL já foi aprovado em primeira votação no Congresso e na Câmara de Deputados e segue para a segunda votação. Se for sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), as fábricas veterinárias possuem capacidade para produzir 400 milhões de doses em 90 dias.
Em entrevista ao jornalista Lino Rossi, na manhã desta sexta-feira (18), no programa Giro Conti, o senador disse que a motivação maior para o PL é a capacidade de o Brasil produzir vacinas com tecnologia 100% brasileira, sem precisar de insumos importados e importação de vacinas de outros países como China, Índia e EUA.
“Se dependermos hoje da importação de outros país, corremos o risco de não ter vacinas suficientes para a imunização de toda a população brasileira” afirma Fagundes.
De acordo com o senador, foram muitas reuniões para a definição dos detalhes do PL, com a participação do governo por meio da Casa Civil, Secretaria do Governo, Ministério da Saúde, Ministério da Agricultura, Ministério da Ciência e Tecnologia e a Anvisa.
Ele afirma ainda que o presidente Bolsonaro pediu atenção do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, para o PL quando assumiu a cadeira.
O Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan) apontou que existem três grandiosas indústrias capazes de produzir as vacinas com vírus inativado, tecnologia usada na Coronavac, e com RNA mensageiro, usada na Pfizer.
“Uma delas fica na vizinhança de Belo Horizonte, outra em Montes Claros, também Minas Gerais, e a maior, a Ouro Fino, fica em Cravinhos. Ela é uma das maiores do mundo, com biotecnologia máxima que já fabrica vacinas de vírus inativado há mais de 20 anos sem nenhum problema” disse o senador.
Fagundes citou ainda as pesquisas desenvolvidas no Ministério da Ciência e Tecnologia, que já estão avançados, contribuindo para a fabricação 100% brasileira. O orçamento para as pesquisas havia sido cortado, mas com a pressão no governo, o recurso foi recomposto, e cerca de R$ 415 mi foram liberados.
“Nesse momento, enquanto não concluímos essas pesquisas, iremos importar com transferência tecnológica apenas a célula mãe, a célula do trabalho que vem num pequeno frasco, e vai para os laboratórios, e lá são reproduzidas e transformadas em uma grandiosa quantidade de vacinas” acrescenta Fagundes.
Veja a parte da entrevista na íntegra:
.jpg)
