27/05/2021 - 07:55
Policia faz operação contra jogo do bicho em MT
As investigações identificaram a existência de cambistas que realizavam as apostas ilegais no Estado
Giro Conti
Por Ariana Martins
Foi deflagrada pela Polícia Civil, na manhã desta quinta-feira (27), a Operação Jogatina II, na região de Barra do Garças.
A operação, deflagrada com base em investigações da 1ª Delegacia de Polícia de Barra do Garças, é um desdobramento da Operação Jogatina, realizada em 2012.
De acordo com informações da polícia, o grupo age de forma organizada, com papéis bem definidos e 3 possui níveis na hierarquia.
Ao todo, estão sendo cumpridos 36 mandados de busca e apreensão em Barra do Garças, Pontal do Araguaia e Aragarças (GO).
Durante as investigações foram identificados 24 cambistas, que são as pessoas responsáveis por colher as apostas, com máquinas para registrar as apostas.
Acima desses bicheiros estão os gerentes, que recebem o dinheiro, controlam o fluxo de caixa e repassam os lucros aos banqueiros, que são os chefes da quadrilha.
O esquema
As investigações apontaram que a prática ilícita ocorreu de forma muito bem organizada pelos participantes e de forma exposta para todos os interessados em participar da “loteria”. Durante as diligências, foram identificados 24 cambistas responsáveis por colher as apostas.
Eles estavam sempre acompanhados da máquina de registro, recolhedores/coletores, que compareciam nos pontos de venda, retiravam os extratos de apostas, conferiam os valores e repassavam o pagamento ao operador, levando todo o dinheiro e as apostas para o “escritório”.
A estrutura do jogo tem três níveis de hierarquia. Os bicheiros ou anotadores são a face mais visível do negócio: vendem as apostas com seus bloquinhos e carimbos.
Os gerentes são contadores que cuidam dos bicheiros de determinada área, intermediando o contato e o fluxo de dinheiro aos banqueiros (também conhecidos como bicheiros), a elite financeira do jogo.
Os pontos de jogos ilegais foram identificados nas cidades de Barra do Garças, Pontal do Araguaia e ramificações em Aragarças (GO).
Segundo o delegado responsável pelas investigações, Adriano Marcos Alencar, a estrutura da organização é “contravencionista”. Seu alcance ainda é inimaginável, sem mensurar os prejuízos às vítimas e a geração de lucros ilícitos aos destinatários.
“A maioria dos suspeitos já possuem antecedentes criminais pela mesma contravenção, necessitando assim de uma ação mais enérgica das autoridades constituídas, visando frear a prática da infração penal. Os jogos de azar influem na arrecadação fiscal, pois não possuem o controle do Estado, além do que, a lisura da jogatina fica comprometida, pois não existe órgão de controle fiscalizador sobre as apostas”, disse o delegado.
O delegado destacou ainda que o fato de ser praticado de forma reiterada em diversos locais não afasta o caráter ilícito do jogo do bicho, pois na legislação brasileira o costume não torna sem efeito a lei. (Com informações da PJC)
