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10/05/2021 - 11:07

Juiz tira sigilo de inquérito sobre suposto caixa 2 de Pedro Taques

Sigilo havia sido decretado em 2020, em razão de o ex-governador do Estado ser candidato ao Senado

Giro Conti

Juiz tira sigilo de inquérito sobre suposto caixa 2 de Pedro Taques

Foto: Reprodução

Da Redação 

O juiz Jorge Alexandre Martins Ferreira, da 51ª Zona Eleitoral da capital, determinou a remoção de sigilo do inquérito contra o ex-governador de Mato Grosso, Pedro Taques, que apura suposta prática de caixa 2 durante a campanha eleitoral de 2014.

Em setembro do ano passado, o magistrado havia decretado sigilo pelo fato de Taques ser candidato ao Senado, portanto o sigilo era necessário para garantir a isonomia entre todos os candidatos ao pleito.

O suposto esquema de caixa 2 foi revelado pelo empresário Alan Malouf, sócio do Buffet Leila Malouf, em sua delação premiada. Doações não registradas oficialmente foram realizadas, conforme o delator, por parte da empresa Gráfica Print, no montante de R$ 2 milhões.

Em depoimento à PF, em fevereiro de 2020, Alan Malouf disse ter levado o proprietário da Gráfica Print, Dalmi Defanti, até o apartamento de Pedro Taques, no Bairro Santa Rosa, em Cuiabá, em julho ou agosto de 2014. Na reunião, ocorrida na sacada do apartamento, Alan relatou a Taques a intenção de Defanti em ajudar na campanha eleitoral.

De acordo com Malouf, Pedro Taques cobrou R$ 2 milhões, sendo que a doação seria paga em serviços gráficos e não em dinheiro. Na delação, ainda consta que o empresário teria dito a Taques que gostaria de participar das licitações no futuro governo, o que foi aceito pelo ex-governador.

Trecho do depoimento diz que “dias depois, Pedro Taques afirmou para o declarante que não seria interessante Dalmi Defanti constar como doador oficial de campanha, haja vista que a Gráfica Print estava envolvida em investigações criminais”. “Que assim resolveram desenvolver uma maneira para concretizar a referida doação sem que Dalmi Defanti aparecesse oficialmente como doador da campanha”.

Malouf, relatou que diante dos fatos, foi então traçada uma estratégia para realização da operação e que parte da prestação dos serviços gráficos chegou a ser declarada oficialmente, mas que “apenas documentalmente essa teria sido uma despesa da campanha, na realidade seria uma doação não contabilizada”.

O delator conta que uma vez pagos à Gráfica Print os serviços, Defanti sacava os valores e devolvia para os responsáveis pelo caixa da campanha. 
 
“Efetivamente foram prestados serviços gráficos equivalentes a aproximadamente R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais); parte desses serviços foram prestados sem a emissão de notas fiscais, representando parte das doações não declaradas oficialmente oriundas da Gráfica Print”, disse o delator em trecho de seu depoimento.





 

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