Da Redação
O aumento no número de mortes pela covid-19 pode ter causado uma escassez de caixões e há risco de faltar caixões em Cuiabá. Fornecedores emitiram um alerta sobre a escassez e orientam empresas sobre novas encomendas.
Segundo Antônio Marinho, presidente da Associação dos Fabricantes de Urnas do Brasil (Afub), já falta matéria-prima para as fábricas. "[Estão em falta] Principalmente o MDF [painel de madeira], o TNT [tecido não tecido, feito de polipropileno] e o aço. Esses produtos sumiram do mercado", ele diz, acrescentando que, caso a situação persista, será inevitável um desabastecimento pontual em diversas regiões.
O empresário explica que, historicamente, as fábricas brasileiras de urnas produziam cerca de cem mil unidades por mês. Com a pandemia de covid-19, houve um aumento de aproximadamente 20% na produção. "Poderíamos até dobrar [essa porcentagem], mas não tem como fazer isso sem a matéria-prima", afirma.
A Afub, que reúne as 15 maiores fabricantes de urnas do Brasil e detém cerca de 70% do mercado nacional, enviou na quinta-feira (11) um comunicado às cerca de 13 mil funerárias do país elencando os 15 principais itens utilizados na fabricação de caixões e os percentuais de aumento de preço que esses produtos tiveram, entre eles embalagem de papelão (aumento de 308%), espuma (160%) e ferragens (144%).
Conforme o gerente da Funerária Santa Rita, João Avelino, a empresa recebeu o alerta, mas já fez as encomendas das urnas de forma a se precaver de uma possível falta.
“São poucas fábricas de urnas no país que distribuem para todo o Brasil. Os que nos atendem já falaram da dificuldade de encontrar matéria prima e destacaram a possibilidade de faltar urnas no mercado. Também orientaram que as encomendas devem ser feitas com 60 dias de antecedência”, explicou.
A fim de evitar que falta o produto, o gerente informou que teve como base julho de 2020, o pior mês da pandemia até então, e já fez as encomendas. Segundo ele, ainda não já números de março, pois não fechou o mês, mas os números estão próximos dos registrados no ano anterior, no pico das mortes.
“A empresa já tem 40 anos e temos uma noção das coisas, nos precavemos. Acho que está um pouco abaixo do registrado em julho, mas não está longe”, relata o profissional em relação a buscas por urnas.
Outras duas funerárias de Cuiabá foram procuradas e também informaram que, apesar da alta procura, ainda não estão com o produto em falta.