28/07/2023 - 06:27 | Atualizada em 28/07/2023 - 07:48
MT tem mais de 11,7 mil pessoas que se identificam como quilombolas, aponta IBGE
A maioria vive fora dos territórios tidos como habitações exclusivas de quilombolas; Essa é a primeira vez que o IBGE divulga, por meio do Censo Demográfico, dados específicos sobre esse grupo
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, pela primeira vez, por meio do Censo Demográfico 2022, dados específicos sobre a população quilombola. O levantamento aponta que, em Mato Grosso, vivem cerca de 11.719 pessoas quilombolas, o que representa 0,32% da população.
Conforme o levantamento, Poconé, a 103 km de Cuiabá, é o município com mais quilombolas: 3.445. Em seguida, está Vila Bela da Santíssima Trindade, a 562 km da capital, com 2.589.
Mato Grosso é o 18º estado do Brasil com mais moradores inseridos nesse grupo. Confira o ranking abaixo:
Especificamente, dentro dos territórios tidos como habitações exclusivas de quilombolas, vivem cerca de 958 pessoas. Outros 10.761 (91,83%) moram em outras áreas do estado.
Cenário nacional
No Brasil, há 1,3 milhão de pessoas que se identificam como quilombolas, o que corresponde a 0,65% da população total. Das 5.570 cidades do país, 1.696 têm moradores quilombolas (30,5%) e, quase um terço, vive na Amazônia Legal.
Os dados desse grupo populacional já eram coletados em pesquisas anteriores, o diferencial é que essa é a primeira vez que o Censo traz resultados exclusivos segmentados para esse grupo.
Segundo a instituição, o Censo fez um recorte para abordar as características da população inserindo nos questionários perguntas como "Você se considera quilombola?" e "Qual o nome da sua comunidade?".
De acordo com o IBGE, essa investigação contou com o apoio das lideranças comunitárias quilombolas de todo o país. Elas atuaram no apoio ao mapeamento das comunidades e como guias para os recenseadores, garantindo que todos os territórios fossem visitados.
Conforme o IBGE, o termo “remanescentes de comunidades de quilombos” foi sendo gradualmente substituído pelo termo “quilombolas” nas referências ao grupo populacional, considerando-se que a ideia de “remanescentes” está associada a um passado do qual “sobraram” algumas pessoas com características em comum.
Essa ideia é fortemente questionada pelas organizações representantes da população quilombola, que afirmam sua existência no tempo presente.
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