Chegada de Messi ao Inter Miami amplia presença sul-americana na MLS
Top 5 de nacionalidades estrangeiras na liga norte-americana é formado por três países da América do Sul; especialistas analisam atual cenário da competição
A contratação do craque Lionel Messi junto ao Inter Miami, clube da Major League Soccer (MLS), tem causado diferentes impactos na liga norte-americana. Além dos benefícios comerciais com as marcas mais relevantes da competição e um contrato estimado entre 50 e 60 milhões anuais (mais de R$ 288 milhões), o argentino pode contribuir com a chegada de mais atletas sul-americanos, que estão entre as principais nacionalidades estrangeiras.
O nome mais recente é o do atacante Rafael Navarro, que pertence ao Palmeiras e foi emprestado ao Colorado Rapids até junho de 2024. Agora são 35 brasileiros na liga, terceira maior marca entre nações estrangeiras - Canadá lidera com 48, seguido pela Argentina, com 37. O restante do top-5 é formado por outro país da América do Sul, a Colômbia, com 33 atletas, e pelo México (19).
Há cinco temporadas, os sul-americanos mantêm uma fatia de destaque entre os estrangeiros no campeonato. Ao expandir para o top-10, as nacionalidades da América do Sul contaram com ao menos cinco representantes nesses anos, que inclui Argentina, Brasil, Colômbia, Venezuela e Uruguai - em 2022, houve seis países com a presença do Equador. A Colômbia (de 17 para 33 jogadores) e o Brasil (de 21 para 35) representam os maiores crescimentos desde 2019 na competição.
De acordo com especialistas, a Major League Soccer segue em processo de consolidação internacional diante de outros mercados.
- Nossa cultura já tem uma influência muito grande dos norte-americanos. A questão da maior familiaridade com a língua espanhola, bastante presente na MLS, facilita também a adaptação dos jogadores, até mesmo o brasileiro. Independentemente da presença do Messi, a MLS está se estruturando e teve uma evolução bastante positiva em termos de crescimento e solidez. Isso amplia o mercado tanto para jogadores como dirigentes capacitados. Sem dúvida alguma a MLS vai se tornar uma liga potente nos próximos cinco anos - destacou Sandro Orlandelli, diretor-técnico de futebol, com passagens por Arsenal, Manchester United, Internacional e Seleção Brasileira.
Júnior Chávare, executivo de futebol da Ferroviária-SP e com experiências em trabalhos voltados a categorias de base, afirma que o futebol norte-americano tem se mostrado um espaço positivo para novas oportunidades.
- O crescimento da Major League Soccer criou um destino fora do senso comum para atletas sul-americanos em diferentes estágios da carreira profissional. Os jovens atletas encontram um ambiente cada vez mais organizado para evoluir e se desenvolver, enquanto atletas mais veteranos e com destaque internacional veem uma nova opção para competir em alto nível – salientou.
- O americano sabe como organizar e fazer o esporte acontecer, casos de outras ligas como a NBA e a NFL. O desejo de morar nos Estados Unidos, ter uma boa oportunidade financeira, jogar em uma liga em ascensão, em um dos países que sediará a Copa do Mundo de 2026, são alguns dos atrativos da liga. Com o planejamento a médio e longo prazo da MLS, é natural que muitos atletas passem a pensar na competição como uma boa alternativa para as suas respectivas carreiras - afirmou afirma Fábio Wolff, especialista em marketing esportivo.
A previsão para estreia de Messi era no dia 21 de julho, contra o Cruz Azul, do México, pela Leagues Cup. No entanto, o jogador ganhou mais dias de descanso e deve passar um maior período para voltar à ativa em um jogo oficial.
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